Na edição deste domingo (5), o programa Fantástico, da TV Globo, conversou com alguns especialistas para saber quando a pandemia da covid-19 irá acabar. Para os especialistas ouvidos pelo programa dominical o principal caminho para isso seria uma nova vacina em spray, aplicada diretamente no nariz.
A equipe do Fantástico esteve no Hospital Municipal da Vila Brasilândia, referência para Covid-19 no município de São Paulo, e conversou com Patrícia Gonçalves Guimarães, diretora-geral da unidade de saúde.
“Temos, aproximadamente, 100 pacientes de Covid internados hoje. Desses, aproximadamente, 60% estão em enfermaria e 40% em UTI. É exatamente nessa época que as pessoas tendem a fechar as janelas devido ao frio e isso aumenta a possibilidade de transmissão desses patógenos. Não só da covid, mas da influenza também”, disse Patrícia.
Segundo a diretora-geral da unidade de saúde, um ponto que chamou a atenção é que metade dos internados no Hospital Municipal da Vila Brasilândia estão vacinados com as três doses.
“Nós estamos num momento muito crítico da pandemia, porque o que nós temos visto é que o vírus evoluiu e tem evoluído rapidamente, e as vacinas, não. As vacinas foram originalmente desenhadas para cepa inicial, a cepa de Wuhan”, explicou a epidemiologista Denise Garrett.
“As variantes estão se especializando em escapar da imunidade e temos o fato também das vacinas, do último reforço já ter sido há algum tempo. O que nós observamos é que com 4, 5 meses você já tem uma queda significante na proteção”, acrescentou Denise.
“Para a proteção, para a hospitalização, doença severa, doença grave, morte, ela ainda continua. Mas também estamos começando a ver uma queda nessa proteção”, contiy Garrett a respeito do fato de as vacinas.
Vacina nasal
Como o vírus da Covid entra pelas vias respiratórias e ali permanece se multiplicando por entre as mucosas, os especialistas apontam que é necessária uma inovação em relação às vacinas.
“Se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir uma resposta imune local no nariz”, explicou o imunologista Jorge Kalil.
O laboratório de Kalil, localizado no Instituto do Coração, em São Paulo, atua – assim como outros grupos pelo mundo – na busca de uma vacina que não permita que o vírus se multiplique. Assim, uma pessoa imunizada não se contamina novamente e não transmite o vírus.
“Você elimina o vírus na entrada, porque as pessoas mesmo vacinadas atualmente podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas”, acrescentou Jorge Kalil.