Imagens dos Lençóis Maranhenses, quer poderão ser Patrimônio Natural da Humanidade
Vinte e cinco anos e dois meses depois de São Luís haver recebido o título de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco), numa solenidade em Nápoles, com a presença da então governadora Roseana Sarney (MDB), acompanhada do então prefeito Jackson Lago (PDT), o Maranhão se volta para Paris, onde a mesma Unesco vai decidir se os deslumbrantes Lençóis Maranhenses ganharão o título de Patrimônio Natural da Humanidade. Agora, quem está à frente do movimento é o governador Carlos Brandão (PSB), que embarca hoje para a capital da França, onde se reunirá com a diretora-geral da Unesco, a francesa Audrey Azoulay confiante de que retornará no sábado a boa nova para o Maranhão. A Unesco decide a partir da indicação da ONG World Heritage Watch (WHW), que também indicou a Serra da Capivara (PI), o Parque de Itatiaia (RJ), o Raso da Catarina (BA), as Cavernas de Peruaçu (MG), os Banhados do Taim (RS) e a Serra Divisor (AC).
São grandes as chances de os Lençóis Maranhenses saírem vencedores desse processo. Localizado no que a geografia chama de Delta do Parnaíba, a partir do encontro das águas do Rio Parnaíba com o Oceano Atlântico, onde se localiza também uma rica reserva de manguezais, o Parque Nacional dos Lençóis tem 155 mil hectares de dunas, que fazem parte dos municípios de Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz e que se movimentam de acordo com a intensidade do vento. A microrregião dos Lençóis fica salpicada de lagoas naturais e temporárias formadas pelas águas das chuvas, tornando o parque um inacreditável misto de deserto e oásis em boa parte do ano.
Incluída, por sua beleza estonteante, no roteiro do turismo natural e de aventura em escala mundial, o “deserto maranhense” atrai anualmente milhares de turistas de todo o planeta. Com a estatura de parque nacional, portanto protegido por lei federal, e administrado pelo ICMBIO, um órgão de controle representante da União, o Parque Nacional dos Lençóis integra uma região na qual se junta ao Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará, e à Área de Preservação Ambiental do Delta do Parnaíba.
Essa região une Maranhão, Piauí e Ceará pelos mesmos interesses. Se ganhar o status de patrimônio da Humanidade, o Parque Nacional dos Lençóis fortalecerá os parques à sua volta e o turismo em três estados, devendo acontecer um forte incremento da corrida turística à região batizada como Rota das Emoções. Esse polo regional já conta com dois bons aeroportos – um deles em Barreirinhas, com sua pista em processo de ampliação – e avança na estruturação de uma rede hoteleira de ponta.
O governador Carlos Brandão não esconde o seu entusiasmo com o potencial diversificado do turismo do Maranhão, que tem nos Lençóis Maranhenses o seu principal carro-chefe, mas que ficará muito mais rico se a sua relação com São Luís for fortalecida como um roteiro consolidado. Ele segue hoje para Paris com a convicção de que os Lençóis podem ganhar o título. Se isso acontecer, os Lençóis Maranhenses serão consagrados como um dos melhores destinos turísticos do mundo. Melhor ainda se numa rota que inclua, indissoluvelmente, São Luís, a Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.
Em Tempo: No Brasil, já são detentores do título o Pantanal (MT/MS), a Amazônia Central (AM), a Costa do Descobrimento (BA/ES), o complexo Ilhas Atlânticas (Fernando de Noronha e Atol das Rocas), o Parque Nacional do Iguaçu (PR), o Vale do Ribeira (PR/SP) e o complexo Chapada dos Veadeiros/Parque das Emas (GO).
PONTO & CONTRAPONTO
