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Deputado Othelino Neto confirma rompimento com o governo e deve se filiar ao PDT ou ao SD

               Othelino Neto: do PCdoB para oposição 

Aconteceu o que estava na agenda de um movimento político que vem sendo construído com um misto de ambição, audácia e cautela há mais ou menos duas semanas. O deputado estadual Othelino Neto comunicou ao PCdoB sua decisão de deixar o partido, mas com o apelo no sentido de que haja concordância e a desfiliação se faça sem que ele corra o risco de perder o mandato. A resposta veio numa nota do próprio PCdoB, lamentando a saída, mas concordando com a desfiliação sem consequência. Agora sem partido, o deputado Othelino Neto trabalha com duas opções, o Solidariedade, que no Maranhão está sob comando da sua irmã, a suplente de deputada federal Flávia Alves, e o PDT, ao qual se filiou a senadora Ana Paula Lobato, após romper com o PSB, pelo qual se elegera 1ª suplente de senador na chapa encabeçada por Flávio Dino (PSB) em 2022. Segundo sua assessoria, Othelino Neto deve decidir seu futuro partidário até sábado.

Não é uma escolha fácil. Se escolher o Solidariedade, o ex-presidente da Assembleia Legislativa terá de cumprir uma maratona para consolidar o partido, que praticamente desapareceu do mapa político do estado sob o comando do empresário Simplício Araújo. A suplente de deputada federal Flávia Alves, que também deixou o PCdoB para se filiar ao Solidariedade, tem agora o desafio de transformá-lo numa agremiação viável, não só em São Luís, mas em todo o estado. Por maior que seja o poder de fogo político do deputado Othelino Neto, construir um partido a partir de quase nada é um desafio que pode levar a um bom resultado, mas também pode desembocar num precipício político. Se o resultado for favorável, o parlamentar terá criado um espaço político com força para ser ampliado. E com o detalhe de que seu controle sobre o Solidariedade será absoluto.

Se a opção por se filiar ao PDT, sua situação será radicalmente diferente. Para começar, o braço maranhense do partido é comandado com mão de ferro pelo senador Weverton Rocha, o que torna complicada a presença de um político do perfil de Othelino Neto, que vem dando todos os sinais de que quer formar o seu próprio grupo, o que não será possível no arraial brizolista. A senadora Ana Paula Lobato pode perfeitamente se acomodar no partido comandado pelo senador Weverton Rocha, uma vez que não há indício de que ela esteja pensando em assumir o comando do partido. Já o deputado Othelino Neto não deve se conformar em ser mais um quadro na seara pedetista. O seu eventual ingresso no PDT deverá ser fruto de muita conversa, para que não haja choque.

Qualquer que seja sua opção partidária, Othelino Neto sabe que estará na oposição ao governo Carlos Brandão. E pelo que está desenhado, essa posição tende a se acirrar, com ataques mais duros ao Governo do Estado. O problema é que o governador Carlos Brandão não vai ficar de braços cruzados vendo seus adversários se fortalecerem sem oferecer qualquer resistência. Ao contrário, a tendência natural do governador Carlos Brandão sob ataque é reagir com chumbo grosso. Para o chefe do Poder Executivo, não há como aceitar passivamente adversários tentando minar sistematicamente as bases do seu Governo.

O fato é que o deputado Othelino Neto está numa espécie de encruzilhada a partir da qual ele não pode cometer erros. Isso porque, depois de ter rompido com o governador Carlos Brandão e se reaproximado do senador Weverton Rocha, qualquer passo em falso pode ser politicamente desastroso. Decisão pesada e medida poderá abrir o caminho que o parlamentar precisa para consolidar seu projeto político e partidário.

O deputado Othelino tenta constranger deputados governistas ao expôr áudio no plenário da Assembléia Legislativa de uma mãe que já há oito meses, está correndo atrás de um tratamento para realizar uma cirurgia.



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