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Detonada proposta de pacificação feita por Weverton, com Brandão, Camarão e Othelino Neto não tem consenso

 

Carlos Brandão, Felipe Camarão e Othelino Neto contra a pacificação proposta por Weverton Rocha

Menos de uma semana depois de ter sido feita de maneira enfática, com larga repercussão, a proposta de pacificação da base governista formulada pelo senador Weverton Rocha (PDT) com a pretensão de recolocar na mesma mesa o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) e o grupo ligado ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, foi duramente alvejada por petardos disparados dos dois lados. O primeiro disparo foi feito, domingo, pelo governador Carlos Brandão, num discurso, em São Raimundo do Doca Bezerra, onde voltou a declarar, em discurso animado e forte, que está sendo alvo de perseguição judicial, chegando a afirmar que tem a proteção de Deus. O outro veio em dose dupla, nas vozes do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do deputado Othelino Neto (Solidariedade), que em momentos diferentes rechaçaram qualquer possibilidade de acordo.

A manifestação do governador Carlos Brandão e as do vice-governador Felipe Camarão e do deputado Othelino Neto praticamente mandaram para o espaço o gesto pacificador do senador Weverton Rocha, que no auge da repercussão, durante o fim de semana, provocou a produção de um factoide logo rechaçado: a possibilidade de Felipe Camarão e secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), abrirem mão das suas pré-candidaturas para se juntar em torno da eventual candidatura do senador pedetista. O fato é que os acenos conciliatórios, incluindo a revelação, feita pelo senador Weverton Rocha, de que o presidente Lula da Silva (PT) lhe teria confidenciado que tentará convencer brandonistas e dinistas a se reagruparem em tornou da sua candidatura à reeleição, foram atropelados menos de 72 horas depois.

A proposta pacificadora do senador pedetista foi detonada pelo governador Carlos Brandão em São Raimundo do Doca Bezerra, onde, ao lado do prefeito Jacinto Neto (PP), e do secretário Orleans Brandão, disparou o seu petardo, indagando: “E a perseguição em cima do governador Brandão, vocês estão acompanhando? Querem me tirar do Governo, mas eu estou recebendo as orações dizendo: ‘Brandão, Deus protege’. Talvez estejam chateados. É porque tu estás fazendo as coisas boas, e isso incomoda”. E foi mais longe, elevando o tom: “O povo me deu o direito de ser governador, e Deus está abençoando. Deus está com a mão em cima do Palácio, porque as pessoas de bem Deus protege”. Deu, portanto, um recado claro de que a reconciliação é uma possibilidade remota.

O reforço para manter o distanciamento veio do vice-governador Felipe Camarão e do deputado Othelino Neto. O vice-governador rechaçou sem meias palavras a proposta de pacificação e o que seria um dos seus desdobramentos, que seria abrir mão da pré-candidatura para apoiar um projeto de candidatura do senador Weverton Rocha. Sem meias palavras, e como quem dá a conversa por encerrada. Felipe Camarão declarou: “Retroceder nunca, render-se jamais. Isso vale demais para a atual fase da minha vida”. E em conversas posteriores, refirmou que manterá o seu projeto de candidatura em qualquer circunstância, apostando no apoio do presidente Lula da Silva e da cúpula nacional do PT.

Por sua vez, o deputado Othelino Neto detonou a proposta conciliatória do senador Weverton Rocha, disparando uma provocação na direção do governador Carlos Brandão, de quem é hoje o maior desafeto político, uma vez que responde diretamente pelas ações judiciais vistas pelo chefe do Poder Executivo como perseguição. O deputado escreveu em rede social: “É sempre bom lembrar que não se faz acordos e alianças dando as costas para o povo…”

O bate-rebate, que vem aumentando de intensidade nas últimas semanas, com o governador Carlos Brandão denunciando estar sendo vítima de perseguição judicial, dando força ao rumor de que poderá ser afastado do Governo, na mesma medida em que o vice-governador Felipe Camarão incorporou definitivamente o discurso oposicionista. As manifestações demonstram que o senador Weverton Rocha cometeu um erro de perspectiva quando pensou que poderia ser a voz pacificadora da política maranhense.

Repórter tempo 

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