“Esse resultado é uma gota de alento em um mar de tanta dor, de tanta impunidade”, disse o promotor Giovani Avelar Vieira.
“Nós respeitamos a decisão mas ela é contrária a prova dos autos”, falou o advogado do médico, Luiz Chimicatti.
O júri começou ontem com o depoimento da única testemunha de acusação, o pai do menino, Paulo Airton Pavesi. Depois, cinco testemunhas de defesa foram ouvidas.
Por fim, foi a vez do interrogatório do réu. A sessão foi suspensa por volta das 20h.
Todas as testemunhas e o réu foram ouvidos virtualmente. Álvaro Ianhez estava em SP, em endereço particular. Também haviam testemunhas de defesa em Poços de Caldas, Campinas (SP), Porto Alegre (RS) e Cruzília, no Sul de Minas. Já o pai de Pavesi estava em Milão, na Itália.
Nesta terça-feira, o julgamento foi retomado com alegações da acusação e da defesa.
A acusação abriu a fase de debates, falando por 1 hora e 30 minutos. Por volta das 10h40, a defesa iniciou as alegações. Ainda houve réplica e tréplica.
Em seguida, os jurados tomaram sua decisão. Quatro mulheres e três homens compunham o conselho de sentença.
Um mandado de prisão foi expedido contra o médico que está em São Paulo.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), Álvaro e outros acusados agiram com intenção de forjar e documentar a morte de Paulo Pavesi para a retirada ilegal de órgãos.
“Ele estava presente desde a hora que em que ele (Pavesi) foi transferido de um hospital para outro sem a menor necessidade e quando anestesiaram o menino pra fazer retirada de órgão. Se o menino estava com morte cerebral, para que anestesiou? Anestesiou porque não tinha morte cerebral. Se não tinha morte cerebral, não podia ter transplante”, completou.
O processo dele foi desmembrado dos outros médicos acusados devido a um agravo que deveria ser julgado.
Em janeiro de 2021, outros dois médicos, José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, foram condenados a 25 anos de prisão. Já Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo júri.